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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Às vezes é mais simples do que parece

Tive um problema com uma Ipanema 1.8 álcool EFI e resolvi postar a solução que encontrei para, quem sabe, ajudar quem já está arrancando os cabelos. Se você tem Kadett com injeção ou qualquer outro modelo de automóvel com eletrônica embarcada, o que escrevo abaixo pode ser útil também.

No começo do caso, o carro pegava razoavelmente fácil mas, com o tempo, foi piorando: ora funcionava, ora não; tossia; engasgava; morria em marcha-lenta (justamente quando o sinal fica verde...). enfim, parecia ter vida própria. 

Levada ao mecânico, que hoje precisa também ser técnico em eletrônica, nada de errado foi encontrado: todos os sistemas funcionavam bem. Foram trocadas algumas peças eletrônicas, apenas para verificar se havia defeito intermitente* (sim, isso existe). O carro funcionava bem um dia e no outro começava o tormento. 

Cheguei a desanimar, já pensando em como explodir uma bomba embaixo do carro sem danificar a vizinhança. Antigamente, e não é tão antigamente assim, bastava trocar a 'piscineta da grampola' e o amigão roncava bonito. Se não funcionasse bem, era só verificar a 'rimbimbela do rubinote' que melhorava; no máximo uma limpeza no 'gigolô de encosto' e tudo voltava ao normal. Hoje, com a eletrônica embarcada, tudo muda. Há um sensor que mede o seu nível de chulé, passa o sinal para o verificador de cêra de ouvido, que entrega uma voltagem ao medidor de fio de bigode e, finalmente, envia todos os dados a uma central, que vai enviar um comando ao acionador da borboleta, que vai enviar outro sinal à sonda lambda, que vai enviar outro sinal ao distribuidor... e tudo só para fazer funcionar um motor que há bem pouco tempo funcionava perfeitamente sem isso.

O problema maior acontece quando você tem que sair de casa para um compromisso importante e o carro não pega de jeito nenhum. Cansado de tanto ligar e desligar peças eletrônicas, resolvi fazer o que se fazia antigamente.

Tirei a tampa do distribuidor e já notei algo estranho: o eixo do distribuidor apresentava sinais de oxidação. Olhei o rotor (em alguns lugares do país essa peça tem o nome de martelete) e havia um pouco de pó de ferro oxidado nele. Mas nada disso parecia ser o problema principal, pois era uma sujeirinha à toa. Limpei tudo, montei as peças como manda o figurino e lá fui eu dar a partida. Pois não é que o motor pegou na hora? Não só pegou como parou a falhação por completo: não morreu mais, ficou redondinho, tinha força novamente! 

Bem, se você está passando por problema semelhante, antes de qualquer despesa extra, verifique isso:
  • tem combustível no tanque?
  • o combustível está chegando no motor?
  • tem alguma mangueirinha entupida (sim, verifique todas!)
  • tem faísca nas velas? 
  • tem corrente chegando no distribuidor?
  • o rotor e a tampa do distribuidor estão limpos? não têm rachaduras?
  • tem algum fio solto?
  • tem algum fusível queimado?
Só com essas poucas verificações já é possível encontrar muitos defeitos que podem ser sanados com pouco esforço. Se, depois de verificar isso, o defeito persiste, bem, então é hora de começar a procurar a pulga atrás da orelha. 

Ainda: sempre leve em conta o combustível que você coloca no tanque. Não adianta economizar no combustível e gastar o triplo depois em peças e mão de obra. LEMBRE-SE: para encher o tanque basta tirar a tampa; para consertar um motor vai dar muito mais trabalho e despesa. Um combustível  barato de má qualidade é um 'defeito' que não está no carro, mas no dono.

*defeito intermitente: peças que param de funcionar corretamente quando estão muito quentes ou muito frias, ou apresentam defeito em qualquer temperatura, mas só quando querem...