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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Uma grande raça pequena

As raças caninas têm características especiais que as distinguem, e o nosso mascote da raça Punga Farejador Rabo de Gancho de Pelo Curto não poderia ficar de fora. Um grande cachorro com uma qualidade inigualável: ao ver uma ameaça, late duas vezes e deita-se de barriga pra cima a fim de receber a recompensa - uma coçadinha na barriga. 
A fera depois de avisar que uma rã albina estava ameaçando
a sobrevivência da raça humana sobre a terra...
O monstro que punha em risco a raça humana

Não satisfeito com o agrado, após a nossa saída ou depois de um breve descuido, resolveu detonar a tomada da extensão elétrica, como que agradecendo à recompensa carinhosa...
Tomada recuperada da boca da fera em tempo hábil
Nada como um supercão para manter tudo em ordem. 
Perfil da fera - Punga Boy

Consertando uma bomba d'água com vazamento

Como se sabe, tudo que quebra às vezes tem conserto. Foi o caso dessa bomba d'água. Como não tinha cola especial para encanamento PVC, usei resina para fibra de vidro com um pouco de massa para nivelar superfícies metálicas (massa de funilaria ou lanternagem). Ficou bom e não vaza mais. Se um dia precisar tirar o cano, basta aquecê-lo que a resina amolece.
Cano e laterais soldados com resina para fibra de vidro e massa de funilaria.

Para soldar melhor as tricas da carcaça, que nesse caso é plástica, use uma broca pequena para aumentar a trinca por cima, sem furar totalmente. Isso aumenta a área onde será aplicada a massa, dando mais resistência ao conjunto. 

Caixa da bomba remendada. Embaixo, sementes de purunga comidas por insetos. 
Ao usar resina, aguarde 24 h para secar completamente. Como se sabe, a resina necessita de um componente extra que reage endurecendo toda a mistura: o catalisador. Para uma colher de sopa cheia de resina + 1/4 de colher de massa plástica use uma gota de catalisador. Se quiser algo mais consistente, inverta a fórmula: uma colher de massa rasa e 1/4 de colher de resina + 1 gota de catalisador. A mistura disso com fibra de vidro dá uma consistência muito rígida, praticamente inquebrável. Se aplicada sobre chapa metálica, fica muito resistente. 

Remendo de emergência no chicote de uma Chevy

Como todos sabem, mexer no chicote elétrico de qualquer carro é uma dor de cabeça. Qualquer fio ligado erradamente tem como consequência uma boa dor de cabeça: ligar o pisca acende a luz de ré; engatar ré acende a luz de freio, enfim, coisas assim. Deve-se evitar mexer no chicote até que... você resolva consertar a lateral do carro com maçarico e o chicote fique totalmente queimado. 
O corte fatídico: chicote elétrico torrado dentro da lateral. Alegria total!

Consegui fazer isso por descuido. Seria simples consertar se fosse possível emendar os fios rapidamente, mas não é bem assim. Uma vez queimado, a parte estragada deve ser removida, o que encurta os fios. Isso pode ser resolvido comprando-se os fios com as mesmas cores originais e emendando-os. Mas, e quando você precisa do carro e só tem fios brancos à mão? Como fazer para emendá-los corretamente na outra ponta sabendo que não dá pra ver a cor dos fios depois de passados pelo monobloco? Só vai dar pra ver os fios brancos... Esse foi o meu caso. Então, como havia pressa, tive que improvisar. 

Na caixa do monobloco, do lado do motorista, há uma passagem para o chicote que passa pela caixa e segue por dentro da carroceria até a traseira. Na lateral da carroceria há uma tampa removível que dá acesso ao chicote. Cortei os fios e amarrei um arame fino na ponta que seria puxada até a cabine da Chevy.
Caixa lateral esquerda, atrás do carpete

Tampa traseira lateral
Depois de puxado para fora, o arame servirá de guia para trazê-lo novamente ao lugar, atrás da tampa acima. Soldar os fios é fácil e emendá-los novamente, também. Mas seria complicado identificar cada fio lá dentro da caixa lateral para soldar corretamente no chicote restante, que vai até a traseira. Além disso, o chicote deve ser enrolado com fita plástica para que os fios fiquem juntos. Eu não tinha fita alguma, só um pedaço pequeno de fita crepe. Fiz o seguinte:

  • depois de cortar a parte ruim, peguei a parte boa do chicote e cortei um pedaço de 5cm de cada fio
  • emendei um pedaço de fio branco nas pontas boas do chicote
  • emendei o pedaço de 5cm de fio colorido na ponta do fio branco
  • enrolei os fios com uma fita de garrafa PET
  • enrolei um pouco de fita crepe para que não desenrolasse sozinho
  • passei o chicote pela passagem lateral até a tampa traseira
  • emendei os fios com solda
Para isolar as soldas entre si e entre elas e a lataria, usei uma mangueira de aquário encaixada no fio. Para que ficassem bem justas nas emendas, fiz a solda um pouco mais grossa. 
Pedaço de mangueira de aquário como isolante
Pedaços cortados dos fios coloridos emendados
nos fios brancos com isolante de mangueira de aquário
Acrescentei 40cm de fios brancos para facilitar a emenda na outra ponta do chicote. Mas agora vem a traquitana improvisativa para enrolar os fios. Não tendo fita para enrolar, usei o que tinha à mão - que pode ser uma solução provisória-definitiva... Peguei uma garrafa PET e cortei uma fita desde a boca até o fundo. 
Cortando garrafa PET
A fita desenrolada deve chegar a uns 2,5m, no mínimo, dependendo da largura do corte. Depois, enrolei um pedaço perto da emenda, na parte boa do chicote e prendi com fita crepe para não desenrolar quando eu estivesse no fim do serviço, coisa que me deixaria ainda mais feliz. 
Prender a ponta da fita PET para não desenrolar depois...
Depois de presa, enrolei a fita em toda a extensão do chicote até encontrar as soldas dos pedaços de fios coloridos, que serão emendados na outra ponta boa do chicote, a que ficou atrás. A enrolação fica um tanto estranha, mas vai-se ajeitando até que fique sem caroços no meio. 
Chicote enrolado com fita PET ainda com os caroços no meio
Depois disso, enrolei os fios no arame fino que já estava na caixa do monobloco (antes de puxar o chicote queimado para fora da caixa, enrolei o arame na ponta dele para que saísse pela caixa quando eu puxasse os fios). Uma vez puxados de volta ao lugar certo, as pontas coloridas ficaram à mostra, facilitando a soldagem nas pontas coloridas do chicote traseiro. 
Do lado direito a ponta do chicote traseiro.
Do lado esquerdo a ponta que veio do chicote dianteiro emendado.
Os fios entram pela caixa lateral traseira da carroceria da Chevy e ficam escondidos ali.
Depois de tudo, não tinha mais mangueira de aquário, então, enrolei cada fio em tiras finas de borracha de câmara de ar de bicicleta, fixadas com cola quente nas pontas. Poderia ter usado apenas cola quente, que isola bem os fios, mas não fica visivelmente bom. No caso da Chevy, os fios são em número de oito. Cada lanterna traseira tem quatro luzes: pisca, lanterna, freio, ré e cada fio tem sua ligação exata. Errando as ligações, nada funciona.
O problema surgiu porque cortei um pedaço de lata que estava começando a enferrujar na lateral da Chevy. O chicote passa pelo lado esquerdo, e como eu esqueci disso, ao cortar a lata para soldar a nova, senti um cheiro estranho, de plástico queimado. Então, observei que havia torrado a fiação elétrica junto. Fiquei imensamente feliz, mas aproveitei o trabalho necessário para postar essa incrível solução aqui.
Caso eu esqueça e aqueça a lata novamente, o PET vai se agarrar aos fios, pois é termo-encolhível (bonito nome, não? Ele se encolhe quando aquecido) e pode me ajudar a evitar outro estrago como esse.
Se tiver que fazer isso em casa e quiser sofisticar o negócio, depois de enrolar a fita PET nos fios, passe um secador de cabelos próximo com ar de médio a quente e ela vai encolher se enrolando com mais força nos fios. Fica uma gambiarra excelente! Se for bem feita, será eterna...

Caixa soldada e pintada com fundo Wash Primer anti-ferrugem.


ATENÇÃO: DESLIGUE OS CABOS DA BATERIA QUANDO FOR MEXER NA FIAÇÃO. 

sábado, 16 de outubro de 2010

Dica para fazer sangria no freio

O que é sangrar um freio? Sangrar é eliminar o ar que fica preso no circuito, nos encanamentos e nas bombas de pressão (burrinhos) das rodas. Havendo ar, o sistema não funciona adequadamente. Para entender como isso funciona, pegue uma seringa de injeção, puxe o êmbolo para trás, tape o furo de saída (sem agulha, claro) e empurre o êmbolo novamente. O ar é elástico e o êmbolo vai e vem como uma esponja. Coloque água e empurre o êmbolo. Os líquidos não tem a mesma elasticidade do ar, pois oferecem maior resistência à compressão. O sistema de freios deve estar completamente cheio de óleo sem ar algum. Mas como o ar entra no sistema? De duas maneiras:
  1. Vazamentos no sistema - quando o freio é acionado, o óleo sai. Quando o pedal é solto, o ar entra pelo vazamento. 
  2. Quando usamos o freio em situações extremas. P.ex.: numa descida forte acionamos o freio com frequência, chegando a manter o pedal pressionado por algum tempo. Isso aquece o conjunto inteiro devido ao atrito das lonas e pastilhas com a roda e o óleo pode ferver, formando bolhas. Essas bolhas não saem do circuito e podem tornar o freio esponjoso, como a seringa pressionada com ar. Então, é hora de sangrar, ou seja, retirar o ar do sistema.
Geralmente precisamos de duas pessoas para sangrar um sistema de freios com ar no circuito. Um bombeia o pedal e o outro abre e fecha o parafuso de óleo nas rodas. Se você estiver sozinho, terá problemas. Então, bolei uma forma de facilitar o serviço para uma só pessoa. Você vai precisar:
  • Um recipiente plástico limpo, com tampa (pode ser de maionese, mostarda, etc. melhor transparente).  A tampa deve ser bem firme, sem vazamento de ar;
  • Uma mangueira transparente de 30 a 40cm, que sirva no parafuso de sangria da roda de seu veículo (esse parafuso fica do lado de dentro da roda e costuma ser protegido com um plug de borracha para não pegar sujeira);
  • Uma faca ou broca larga para furar a tampa do recipiente;
  • Chave de boca (em U), estrela (sextavada) ou alicate (só em último caso).
Frasco de adoçante artificial
Modo de fazer:

Pegue a mangueira plástica e meça o diametro externo (largura). Faça um furo na tampa da mesma largura da mangueira. Se ficar com alguma folga que dê passagem de ar pode dar mais trabalho para sangrar o freio.
Encaixe a mangueira na tampa e veja se não há vazamento de ar.  Se houver, limpe bem a tampa e grude um chiclete bem mastigado que costuma resolver...:)
Coloque um pouco de óleo de freio no recipiente e encaixe a tampa nele. Veja que a mangueira mergulhe um pouco no óleo, como na figura acima. 
Os carros têm o sistema de freios no lado esquerdo, o lado do motorista. Assim, para começar a tirar o ar do sistema, vá para a roda traseira direita, a mais distante do sistema central (que é onde o pedal do freio está ligado). Encaixe a mangueira no bico de sangrar que fica do lado de dentro da roda, como na foto abaixo.
Mangueira conectada ao parafuso sangrador na roda dianteira de um Fusca.
Solte o parafuso. Meia volta é suficiente. Não é necessário tirar a roda com o pneu, mas pode facilitar o serviço com ela fora do lugar. Conforme o modelo do carro, a chave será de tamanho 7 ou 8. Caso você não tenha uma chave de boca (em forma de U), desencaixe a mangueira e encaixe uma chave estrela (sextavada). Encaixe a mangueira novamente e solte o parafuso. Só use alicate no último dos últimos casos, para não arredondar a cabeça do parafuso. Se arredondar, troque-o quando puder. Tome cuidado para não quebrá-lo, pois é frágil.
Agora é hora de algum exercício. Com a mangueira encaixada e o parafuso afrouxado, bombeie o pedal do freio algumas vezes e segure até o fundo, aguardando alguns segundos. Se você bombear com a mão terá mais sensibilidade para perceber quando o óleo vai para o recipiente. Faça devagar. Assim que sentir alguma dificuldade para pressionar o pedal (não é muita, mas dá pra sentir) então, solte o pedal, vá para a roda e aperte o parafuso sangrador.
Faça um teste: aperte o pedal do freio. Deve ter subido um pouco e ficado mais firme. Se não ficou nada firme, repita o processo. Se conseguir, fique olhando o frasco sob o veículo enquanto bombeia (conforme o carro precisa ser contorcionista...). Enquanto estiverem saindo bolhas na mangueira, é sinal que ainda tem ar no circuito. Assim que as bolhas pararem de correr pela mangueira é sinal de que não há mais ar naquela parte do circuito. Feche o parafuso e teste o freio novamente. Caso tenha subido um pouco, não pare. Esse serviço precisa ser feito em todas as rodas, pois sempre fica alguma bolha de ar malandrinha no meio do caminho... >:|
A outra roda mais distante do sistema central é a roda traseira esquerda. Faça a mesma coisa nela até sentir que o pedal está mais difícil de ser pressionado.
Se a mangueira estiver bem vedada na tampa do frasco, ele estufa um pouco ao bombear o pedal. Se ameaçar estourar, alivie a tampa um pouco mas não deixe entrar ar na mangueira que vai para a roda, senão o serviço não funciona. Pode-se sofisticar um pouco esse 'aparelho' furando a tampa com uma agulha de injeção bem fina, e deixando a agulha presa à tampa. O ar sairá, mas com algum esforço e dará tempo para o óleo retornar à mangueira de freio sem ar junto. Não deixe o recipiente deitado de forma que entre ar na mangueira. A mangueira precisa estar com a ponta mergulhada no óleo, senão nada disso adiantará.

Algumas observações:
  1. Não derrame óleo de freio na pintura. Além de danificar a tinta pode corroer a lata. Se cair óleo na tinta, lave rapidamente com água e sabão comum. O óleo de freio se mistura bem com água e sai facilmente. Mas não demore.
  2. Toda vez que terminar uma roda, vá até o sistema central e verifique se há óleo de freio no reservatório. Enquanto as bolhas saem pelo parafuso, o óleo vai junto. Se ficar sem óleo no reservatório, todo o serviço estará perdido e você terá que refazer desde o começo. Por isso, use óleo novo num recipiente limpo, assim você poderá coletar o óleo que saiu do freio e devolvê-lo ao reservatório. 
  3. Se o óleo que sair do sistema estiver mais sujo que o óleo novo, jogue tudo fora e complete o reservatório com óleo novo. Só use óleo velho se não tiver outro jeito(1). Com freio não se brinca.
  4. Os carros que possuem sistema com hidrovácuo (como uma panela preta no compartimento do motor, na direção do pedal do freio - chama-se cuíca) só terão o freio mais amolecido depois que o motor estiver em funcionamento. Para sangrar o freio não é preciso acionar o motor.
  5. Use sempre o óleo recomendado pelo fabricante. Não use outro tipo de óleo no sistema que não seja para freio. Além de danificar os componentes de borracha você pode ficar sem freios caso precise usá-los com frequência. O óleo esquenta e forma bolhas de ar no circuito e seu freio perde eficiência e até deixa de atuar. Cuidado com isso! Em emergências, pode-se usar um pouco de óleo de freio (o que já está no sistema) com um pouco de óleo para direção hidráulica (óleo avermelhado). Este óleo não ataca os componentes de borracha do sistema. Mas, assim que chegar ao seu destino, troque o óleo todo, fazendo uma primeira carga apenas com óleo de freio mais barato para uma limpeza no sistema. Abra os parafusos das rodas e bombeie o pedal até eliminar o óleo velho. Depois, feche todos e coloque óleo novo no reservatório principal. Faça a sangria novamente desde a primeira etapa na roda mais distante. 
  6. Depois do serviço feito, se o freio ainda ficar borrachudo ou esponjoso, mesmo com o motor ligado, então ainda há ar no sistema. Refaça o serviço. Verifique também se não há vazamentos no circuito por onde o óleo passa. Olhe por trás das rodas e veja se não estão sujas de óleo. Se estiverem, deve ser do freio.
  7. Caso haja óleo nas rodas, verifique se é óleo grosso. Se for, não é do freio. Mas ATENÇÃO: Se houver óleo - qualquer que seja - por fora das rodas é bem provável que haja óleo dentro, e seu freio estará comprometido em eficiência. Vá devagar e não abuse até encontrar um mecânico de confiança.
  8. Se depois da sangria o pedal do freio ficar frouxo - você pisa no freio e ele vai descendo devagar - então o problema é no sistema central. As borrachas estão gastas, ou o metal gastou-se e não é possível haver pressão no sistema. Se forem as borrachas, peça na loja um Reparo do Sistema de Freio Central, da marca do seu carro. Se for desgaste do metal, então só trocando o conjunto inteiro por um novo. 
  9. No fusca, o sistema central de freios fica atrás da roda do lado do motorista, na direção do pedal do freio. É um tanto chato trocar essa peça, mas não deixe de verificar se ali também tem vazamentos. 
  10. O reservatório de óleo de freio do Fusca situa-se atrás do estepe, na frente do carro. Para os mais novos - Fusca tem motor na traseira.Veja abaixo:
Na seta: Furo por onde passa o eixo acionador do pedal de freio do Fusca.
Peça - Chapéu de Napoleão

 (1) Caso precise usar o óleo que saiu do sistema, e ele estiver sujo, pode-se filtrá-lo num pano limpo antes de colocá-lo no reservatório. Isso evita que alguma sujeira entre no sistema e estrague as peças. Além de poder deixar você sem freios justamente naquela hora mais importante... Não brinque com segurança: o preço pode ser sua vida!


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